19-11-2010 12:29

Utilitários e Decorativo

Ao longo da história da evolução do ser humano, a necessidade de criar e desenvolver instrumentos e objetos para uso no cotidiano foi e é uma atividade que transcende o uso elementar para incorporar o lúdico ao discurso estético. 

Essa capacidade de fornecer usabilidade aos objetos foi aos poucos mostrando um preocupação de fornecer um identidade não só dos grupos como dos indivíduos que fabricava os utensílios. 

Desde o período pré-colombiano registram-se atividades de artesanato entre os índios que habitavam o Ceará. Os objetos de cerâmica e palha tinham uso exclusivamente utilitário. A partir da colonização, e sob influência dos jesuítas, esta habilidade foi aprimorada com o uso de novas técnicas e materiais. Toda esta habilidade e conhecimento passaram a ser direcionado também para a confecção de adornos, vestimentas, adereços, mobiliário e objetos diversos. 

As mulheres portuguesas, que aqui chegaram acompanhando os colonizadores, deixaram como herança às técnicas das rendas, dos bilros e do labirinto, que tinha sido levadas para Portugal a partir do domínio mouro na península Ibérica. Os escravos trouxeram da África outro conhecimento em tecelagem, entalhe em madeira, trançado em palha e cipó que se mesclaram com os nativos do Brasil. 

Através dos tempos o artesanato dividiu-se em utilitários e decorativo. Na primeira categoria estão o mobiliário, vestimentas de couro para os vaqueiros, cerâmica, bordados, etc. Na segunda categoria a habilidade do povo voltou-se para a confecção principalmente de peças religiosas e mitológicas da crendice popular e também peças puramente artísticas. 

Hoje esta atividade emprega perto de 1.000.000 de pessoas. O Governo do Estado tem desenvolvido uma política consistente para aprimorar a qualidade dos produtos artesanais, qualificando os artesãos e incentivando as exportações. 

Dentre os artesanatos existentes no Estado destacam-se: 


A Renda.
 

Usando peças chamadas bilros e uma espécie de alfinete feito com o espinho do Mandacaru(um tipo de cacto) o bordado é executado trançando fios de algodão sobre uma almofada cilíndrica, na qual está fixado um molde de papel com o desenho a ser copiado. 

Em quase toda as regiões do litoral cearense se encontram rendeiras cujo ofício é transmitido de mãe pra filha desde os colonizadores portugueses. 


O Labirinto. 

Uma grade de madeira serve com área de trabalho para a execução do labirinto. O tecido, geralmente algodão, é preso e esticado pelos quatro lados à grade. Usando agulhas, alfinetes e agulhas a bordadeira vai retirando fio após fio até que os espaços sem os fios formem o desenho desejado. Assim como a Renda o Labirinto pe feito pelas mulheres na maioria dos povoados do litoral e normalmente na residência da artesã. 


Trançado.

Compreendendo também a cestaria e a tapeçaria, utilizando os mais diversos materiais, do bambu ao cipó, da taquara ao taquari, do palito da palha do coqueiro e do sisal até palha da carnaúba. 

O artesanato do trançado e da cestaria vai produzindo desde utensílios para uso doméstico, (cestas para pão, tapetes, forração para montaria) pessoal (chapéus, bolsas, sacolas) decorativos, (gaiolas, luminárias) e até instrumentos musicais (pífaros), além de outros inúmeros produtos pros mais variados usos e fins. 

Os núcleos mais produtivos estão em Sobral, Aracati, Baturité, Russas e a região do Baixo Jaguaribe. 


Tecelagem. 


Sem dúvida, nesse artesanato domina a rede de dormir. 

Além disso, cortinas, tapetes, caminhos de mesa e passadeiras são produtos de singular beleza e demonstrativos da mais alta criatividade obtidos a partir de teares rudimentares e manuais. 





Cerâmica.
 


Esse é um artesanato essencialmente utilitário. 

Potes, panelas, copos, quartinhas de guardar água, cofrinhos para guardar moedas, xícaras e gamelas compõem uma amostra do universo de objetos para os mais diferentes usos domésticos. 

Na decoração, jarros, estátuas e santos, réplicas de animais. 



Bonecos e até reproduções em miniatura de grupos (músicos, festas, casamentos, procissões, etc.) 






Couro.
 

Bolsas, sapatos, alpercatas, sandálias, malas, cintos, casacos, tapetes e cortinas para uso pessoal e doméstico; selas, arreios, cabrestos, chicotes, cordas e outros apetrechos para montaria; chapéus, gibão, perneiras, peitoril, luvas (produtos feitos de couro muito grosso para proteção dos vaqueiros e dos cavalos) são alguns dos produtos que o artesão confecciona a partir do couro. O maior número desses artesãos se concentra em Fortaleza, no Cariri e no vale do Jaguaribe. 


Madeira. 

Ferramentas para o próprio uso na marcenaria de fabricar objetos para os mais diversos usos, decorativos e utilitários. Grandes e pequenos tachos (espécie de bacia), gamelas (um tipo de depósito, colheres para a cozinha, engenhos de complexas engrenagens para moer cana, tonéis e baldes etc. Mobiliário do rústico até o mais elaborado utilizando diversos tipos de madeira das regiões. Estátuas e santos, com um alto grau de sofisticação e detalhes, além de peças artísticas entalhadas e também a produção de matrizes ilustração dos folhetos de cordel. A semelhança do que é feito com a cerâmica, o artesão da madeira esculpi cenas complexas, com muitos personagens retratando e documentando o cotidiano do povo. Em Juazeiro e Fortaleza concentram a maioria dessa produção. 


Serralheria de metal. 

Estribos, baldes, bacias, canecas, grades para usos diversos, facas, facões, chocalhos, armadores de rede, portões, lamparinas e candeeiros, espingardas, dobradiças são produzidos principalmente em Juazeiro do Norte, no Cariri, e em Fortaleza. 


Diversos. 

Instrumentos e artefatos para inúmeras outras finalidades também são produzidos com os mais variados materiais tais como; osso, metal, conchas marinhas, casca de coco, raízes, vidro, etc. Principalmente em Juazeiro do Norte, a joalheria e a fabricação de bijuterias, vão incorporando à artesânia nativa, o design mais sofisticado absorvido dos artistas plásticos, mesclando palha, fibras, sementes vegetais e pedras semi-preciosas, com metais mais nobres como o ouro e a prata.

 

 

 
 

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