19-11-2010 13:23

Designer de joias do CE expõe em Nova Iorque

 Juazeiro do Norte A joia como arte inspirada nas rendeiras do Ceará será exposta nos Estados Unidos. O trabalho será apresentado no Museu de Arte e Design de Nova Iorque (MAD). É a primeira mostra de joalheria da América Latina e com uma grande dimensão, que também inclui joalheiros europeus que tenham como tema a cultura latino-americana. A representante cearense a participar da mostra é a coordenadora do curso de Design de Produto da Universidade Federal do Ceará (UFC), campus Cariri, Ana Videla. A mostra começa no dia 12 de outubro e continua até janeiro, de forma itinerante, na cidade americana de Seatle.


A professora de design chegou a pouco tempo no Cariri. Natural de Fortaleza, residia no Rio de Janeiro. Agora está na região, assumindo seu posto de trabalho na UFC. Mas a arte com as joias já acontecia e também as exposições. São peças únicas, desenvolvidas desde a criação do desenho à elaboração da peça. A artista em joias, Ana Videla, compara o desenrolar de sua tarefa ao esmero do pintor com suas telas. "É uma obra de arte".

E com essa inspiração, ela participou em abril deste ano do Simpósio de Joalheria Contemporânea sobre o tema, na cidade do México. E foi lá onde o seu trabalho foi visto pela curadoria da mostra novaiorquina. Eram três peças. E era exatamente o que se queria: peças com arte. E o melhor de tudo isso é que a cultura cearense também vai junto. As rendeiras da infância de Ana Videla, com os seus bilros, inspiram as cinco peças, que já foram enviadas para Nova Iorque.

O sonho de Ana Videla sempre foi atender a sua criação, de forma prazerosa. E são poucos no Brasil que se dedicam a esse tipo de arte sem interesse comercial, e sim voltado para a arte da joalheria. E tem experiência internacional que se soma a essa bagagem. Já fez joalheria em Portugal e tem experiência de trabalhos de outros países. Em Nova Iorque, estarão presentes cerca de oito representantes do Brasil. A mostra também irá contar com representações do Panamá, México e Argentina.

Mesmo fazendo design, o que sempre chamou a sua atenção foram as joias. Um trabalho de pesquisa desenvolvido por Ana Videla esteve voltado para as novas tecnologias, criação e produção de joias, realizado em 2007. Ela vê na tecnologia uma das possibilidades de inovar o design de joias. "São 7 mil anos de história de joalheria e tudo já foi feito. Não é fácil criar num universo tão amplo", diz.

Materiais

A adoção de materiais pouco convencionais e as novas tecnologias são saídas para o novo, possivelmente. No caso em estudo, Ana Videla cita alternativas como o sanduíche de pedra, sem comprometer a pedra. "Adorava os barulhos que as rendeiras faziam com os bilros!". E das peças, como os anéis bilros, a inspiração chega e ela faz uma almofada de pano com suporte de prata. Segundo Ana Videla, não há nenhuma preocupação com ergonomia, mas a visão mesmo de um trabalho muito mais artístico e conceitual.

E foi exatamente essa forma de desenvolver o seu trabalho, que a curadoria ficou muito atenta. A mostra tem a finalidade de apresentar a joalheria de arte. "Não uso as novas tecnologias, mas estudei apenas nas indústrias que trabalhavam com a solda a laser, que tem um custo alto e é utilizada pelos grandes fabricantes", explica.

De acordo com a joalheira, só as indústrias maiores têm condições de investir em tecnologias, como a H-Stern. "Tenho uma oficina em casa e trouxe para o Cariri, mas faço joalheria tradicional", afirma. Ana Videla em sua recente chegada ao Cariri já pôde constatar alguns ourives, mesmo com poucos equipamentos, desenvolvendo um bom trabalho na área. "Aqui tem ourives incríveis, que trabalham com precisão e pouco recurso. Um trabalho muito bonito dos ourives ainda é desenvolvido em Juazeiro". O seu contato inicial aconteceu por meio da Escola de Lapidação, que funciona na cidade. Para executar as peças de Nova Iorque, teve emprestadas ferramentas de um joalheiro da terra do ´padim´, enquanto o seu material de trabalho chega do Rio de Janeiro.

Esse trabalho ela desenvolveu no fim do ano passado, no curso de Design de Produto. Ana também foi convidada para falar da joalheria do Brasil na mostra em Nova Iorque. Para ela, essa participação representa a região, quem produz e a própria cultura nordestina.

Elizângela Santos
Repórter

LAPIDAÇÃO
Escola mantém a tradição

Juazeiro do Norte Um espaço que poderia ser referência no ensino do design de pedras preciosas que acabou no ostracismo e entrou em crise à beira do fechamento. A Escola de Lapidação de Gemas Conde Adholfo, deste Município, criada no fim de 2006, para atender um público dentro da tradição da cidade em produção de joias e semi-joias, incentivando o setor com cursos destinados a novos formandos da área, hoje está restrito ao espaço da Usina Bezerra.

Com máquinas emprestadas do Centro de Gemologia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), usadas para lapidar, polir e formatar, e o prédio solicitado pela Secretaria de Assistência Social, um local ainda indefinido para ocupar, dois profissionais e a coordenadora da escola, Mônica Bezerra, estão sem saber o que fazer até o momento. A ideia é se transferir para a Central de Artesanato, no Bairro Santa Teresa, mas até agora ainda não se resolveu. O espaço deve oferecer condições para ocupação das máquinas.

Apenas a primeira turma de 32 formandos conseguiu passar pela Escola de Lapidação. Um curso de quatro meses deu a oportunidade de profissionais dos setor se aprimorarem mais. A finalidade é resgatar o artesanato mineral, atuando com materiais que valorizem mais ainda o mercado de joias e semi-joias de Juazeiro do Norte. A cidade guarda uma tradição de anos no setor, que decaiu com o passar dos anos.

Segundo o ourives Cícero Bento, que atualmente atua na escola de lapidação, é uma pena que o poder público não dê a atenção necessária para que o setor se amplie. Uma alternativa foi buscada pelos integrantes da escola, com a criação da Associação dos Lapidários, Artesão Mineral e Ourives da Região. Por meio da entidade foram encaminhados vários projetos para órgãos governamentais e não governamentais, mas não houve retorno e nem tão pouco aprovação de nenhum projeto. Segundo a coordenadora da escola, Mônica Estevão Bezerra, o objetivo da associação é reunir os primeiros profissionais preparados para o mercado e fortalecer o grupo.

Peças fabricadas

Alguns do trabalho de Ana Videla serão apresentados no Museu de Arte e Design de Nova Iorque (MAD) a partir do dia 12 de outubro. Serão peças inspiradas nas rendeiras, figuras que são símbolos do Estado do Ceará. O acervo mostrado acima inclui peças que foram enviadas para os EUA, mas também outras da artista. 1. Joia sem formato definido. Trata-se de obra de arte (não foi enviada). 2. Colar feminino, com pingente bordado, em forma de flor (enviada). 3. Anel em formato de almofada de bilros utilizadas pelas rendeiras (enviada). 4. Colar (não enviado)

Mais informações

Escola de Lapidação e Artesanato Mineral: Usina José Bezerra, 1375

Praça José Geraldo da Cruz

(88) 8813.9027

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